Oficinas: CS Rio Branco e CEO

Memorial da Oficina 4 do Projeto Saúde em Rede

As turmas da Oficina 4 do Projeto Saúde em Rede do Centro de Saúde Alameda dos Ipês, Centro de Saúde Rio Branco e Centro de Especialidades Odontológicas de Venda Nova, aconteceram na sala multiuso do Centro de Saúde Rio Branco e teve a seguinte organização na distribuição das turmas:

Centro de Saúde Alameda dos Ipês e Centro de Especialidades Odontológicas de Venda Nova

Centro de Saúde Rio Branco e Centro de Especialidades Odontológicas de Venda Nova

Foram responsáveis pela condução das oficinas:

• Alex Veloso Mendes – gerente do Centro de Saúde Alameda dos Ipês

• Aline de Fatima Gaspardine - gerente do Centro de Especialidades Odontológicas VN

• Fernanda França Marques – gerente do Centro de Saúde Rio Branco

• Lilian Oliveira de Souza Rocha – RT da GAERE VN e apoiadora das unidades

Iniciamos a oficina com a apresentação do vídeo “foco na tarefa x foco no resultado”. Neste vídeo conta-se a história de uma idosa que se dedica a realizar a tarefa de tricotar sem planejamento e sem um resultado final. Refletimos com os participantes que é muito fácil se perder em um mundo com tantas distrações, tantas opções e tantos desejos. E às vezes não dar prioridade ao que de fato é mais importante para nós, estar ocupado não significa que estamos na direção certa daquilo que desejamos, por isso é tão importante pararmos para refletirmos sobre o que estamos fazendo, como estamos fazendo, e qual o motivo para fazer tais coisas. No vídeo a personagem simplesmente focou na tarefa e colocou todo suor, seu tempo, material e seu empenho. Focar na tarefa e não ver o resultado, é não ter planejamento e entender a hora de parar ou ir além. Os presentes falaram sobre a situação atual da APS e que muitas vezes se enxergam como a idosa fazendo sem planejar, atendendo prioritariamente os casos agudos e não conseguindo fazer as ações de promoção da saúde, acompanhamento e vigilância dos pacientes crônicos. Em praticamente todas as turmas foi falado a necessidade de se repensar o modelo assistencial vigente que mudou “completamente o PSF”. 

Depois fizemos um resgate da oficina 3 com os participantes, utilizando os seguintes slides onde foram reforçados e trabalhados os conceitos de mapa inteligente, BH Map, índice de vulnerabilidade da saúde, e-Gestor, estratificação de risco, Sisrede, Cadweb, e-Visita, Sigrah, visita domiciliar do ACS e repositórios:

Apresentamos os objetivos da oficina 4 que fala sobre a Território e as Vigilâncias que são:

• Ampliar o conceito de vigilância em saúde, nela articulando-se as perspectivas da atenção/ cuidado e dos âmbitos de vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental, promoção da saúde e saúde do trabalhador.

• Possibilitar interações em equipe e em rede que propiciem construção de fluxos e práticas integradas de vigilância em saúde.

• Discutir e organizar e/ ou aprimorar ações articuladas de vigilância em saúde (intra e intersetorial) que contribuam para enfrentamento de situações identificadas nos territórios.

Exibimos também o vídeo do Ministério da Saúde que trata dos conceitos de Vigilância em Saúde, para reforçar o entendimento dos presentes e apresentamos cada um através dos slides a seguir, exemplificando com as vivências das equipes para aproximá-los do conteúdo teórico. 

Após este momento, dividimos a turma em três grupos e fizemos um “jogo dos dados das vigilâncias”. Na primeira rodada, cada grupo respondeu três perguntas sobre uma das vigilâncias que foi sorteada no dado. Os dois melhores colocados se classificam para a segunda rodada onde cada grupo respondeu mais duas perguntas de acordo com a vigilância sorteada no dado. Os participantes do grupo com mais acertos foram premiados com medalhas. 

Em seguida fizemos um intervalo para o lanche e no retorno às atividades mantivemos  a turma em três grupos e pedimos para que em 40 minutos eles representassem na cartolina uma explicação sobre o problema proposto baseado nas perguntas guia e nos dados fornecidos. 

Grupo 01 

Durante o atendimento do agudo, enfermeira da triagem observa que no dia foram atendidas 5 crianças e 2 profissionais da EMEI Arco Íris com quadro de gastroenterite. Um dos profissionais atendidos, estava com quadro mais grave e precisou ser encaminhado para a UPA. 

São notificados os órgãos de vigilância e durante a investigação um trabalhador relata que a água está com alteração no sabor.

Uma amostra é coletada e enviada para análise. O resultado detecta presença de bactéria, tornando a água imprópria para o consumo humano.

Foi necessária a interdição da EMEI pelo risco à saúde.

Observou-se que a alteração encontrada estava relacionada à presença de sujidades e animais mortos na caixa d ' água, que estava destampada.

Grupo 02 

A ACE da área de abrangência do Centro de Saúde Flor do Campo, realiza visitas periódicas na residência de uma usuária, idosa, 70 anos, viúva, aposentada. Reside com dois filhos já adultos em casa própria em um lote extenso, com algumas árvores. Os filhos trabalham durante o dia. Sra. Maria vai esporadicamente ao centro de Saúde, somente em demanda aguda, não realizando o acompanhamento periódico na unidade.

A idosa relata que trabalha com reciclagem, sai pela manhã, retornando na parte da tarde com vários materiais e aceita objetos que os vizinhos deixam em sua residência. Apesar de informar que vende os objetos, observa-se um crescente acúmulo a céu aberto, que são reservatórios de água da chuva e foco de dengue.

A idosa recebe bem o agente de endemias, que realiza a vistoria, porém quando orienta a descartar alguns objetos, convida a participar de mutirões, a mesma rejeita, informando que todos os objetos possuem valor e que serão vendidos e/ou utilizados, não conseguindo desfazer dos mesmos.

Grupo 3

Um homem de 42 anos aguardava por atendimento na especialidade de endodontia do dente 16 (primeiro molar superior direito) há mais de 1 ano e meio. No dia 17 de junho de 2024, recebeu uma mensagem de WhatsApp da central de Regulação, informando que sua consulta com a especialista de Endodontia havia sido agendada para o CEO Venda Nova, no dia 19 de Junho de 2024.

O paciente compareceu à consulta na data marcada. O endodontista realizou o atendimento, iniciado com a realização da radiografia do dente encaminhado para canal. Foi observada a presença de lesão periapical e que mesmo após tanto tempo de espera, o dente ainda era passível de tratamento endodôntico. Ao realizar o exame clínico, porém, o dentista notou a presença de uma lesão no palato duro, com característica de úlcera. Ao ser questionado, o paciente relatou que tinha percebido a presença da úlcera há alguns dias e que não sentia dor. Suspeitando de se tratar de uma DST (Sífilis primária) o dentista arguiu o paciente sobre seus hábitos sexuais (se ele era ativo sexualmente, se possuía parceiro fixo ou não, se havia tido relações sem proteção nos últimos dias). Como o paciente estava de curativo e sem queixas de dor, a endodontia aguardará o retorno do paciente. O mesmo foi orientado a comparecer ao Centro de Saúde de sua área de abrangência, para realizar testagem rápida e diagnóstico da possível ocorrência de infecção.

O profissional também compartilhou o caso com a gerência do CEO Venda Nova, que encaminhou um e-mail ao Centro de Saúde para que realizasse busca-ativa do usuário. 

Depois cada grupo apresentou a sua construção e respondeu duas perguntas. Foi um momento muito rico de troca de saberes onde todos tiveram a oportunidade de demonstrar o que tinham aprendido da parte teórica e a aplicabilidade na prática do trabalho. Os responsáveis pela condução da Oficina faziam as complementações necessárias e esclareceram as dúvidas.

Para finalizar, fizemos uma reflexão com o grupo após a exibição do vídeo “A Lição da Árvore” que conta a história de um menino que pergunta ao seu avô como se tornar bem-sucedido na vida. E o avô conta uma história sobre duas plantas: uma plantada dentro de casa e outra plantada do lado de fora. Essa história nos ensina que os desafios nos tornam mais fortes e que quando enfrentamos desafios, somos forçados a crescer e aprender. Tornamo-nos mais resilientes e capazes de lidar com qualquer coisa que a vida nos traga.