Memorial Oficina 3.1 -Território e População

Memorial Oficina 3.1 -Território e População

por VANDERLEIA ALVES . -
Número de respostas: 1

Nesta oficina tivemos o privilégio de trocas de conhecimentos e saberes a respeito de nossa comunidade seus aspectos. A importância intersetorialidade do SUS.

Em resposta à VANDERLEIA ALVES .

Re: Memorial Oficina 3.1 -Território e População

por KEILA DOS SANTOS CORDEIRO FARIA . -
A oficina 3.1 “Território e População” aconteceu no Andradas nos dias 06 e 07 de dezembro.
Iniciamos com o Vídeo “Taxista ensina uma importante lição”. para iniciar o resgate da Oficina 2 que tratou acerca de comunicação.
Relembramos os conceitos comentados na Oficina 2 descritos no slide. Apresentam os objetivos da Oficina de hoje. Vídeo “Assembleia na Carpintaria”
Comentários gerais sobre o vídeo: “o trabalho de todos é diferente, mas cada função é importante para todos”; “você pode exercer várias funções e não ser bom em todas, mas
naquilo que não sou bom pode ser que o outro seja; cada um tem sua qualidade”.
Dividimos a turma em quatro grupos pré-estabelecidos: A,B,C e D. para realizassem as tarefas do dia, sendo: construção do mapa inteligente do território do Andradas, discussão e analise das situações colocadas acerca do território.
Após o lanche, foram distribuídos os conceitos entre os grupos para estudo e elaboração de forma criativa para apresenta.
Apresentação dos grupos:
O grupo A apresenta o mapa de outro grupo ao qual não participou da execução. Os participantes contam sobre a história do Andradas: o motivo do nome, o número de eSF que chegou a 07, a divisão em dois CS; fala da importância de conhecer o vínculo das pessoas com a Unidade, o nível de vulnerabilidade, renda e que a divisão das eSF’s se dá por dados do IBGE e IVS.
Existem outros estabelecimentos de saúde e estabelecimentos diversos no território do CS; quanto maior o vínculo com o CS, maior a demanda apresentada para os profissionais. Temos na área, área de trafico e uso de drogas que também são fatores de vulnerabilidade. Fatores que interferem no território também englobam além da questão física o quantitativo de população que interfere na composição de microareas e eSF’s.
Foi questionado se eles perceberam diferenças entre as áreas de cada eSF do CS Andradas.
O grupo responde que sim, que têm duas áreas que são voltadas para médio risco e outras, com elevado risco em vilas e favelas contidas no território.
Apresentação de teatro com os conceitos: população nômade no território. O ato evolui com um migrante do interior que pede cadastro na recepção para seu novo endereço. É orientado
que para isso, o ACS deve ir ao domicílio cadastra-lo. O usuário informa que sua filha de 14 anos está grávida e tem Bolsa Família (BF). O migrante informa na recepção que irá aguardar o
ACS. E funcionária relata que vai solicitar urgência. ACS logo atende ao chamado e vai ao domicílio. Família, no momento do cadastro, informa que logo, logo irá mudar; a filha não vai à
escola e mãe diz que se cortarem o BF que irá bater na filha. ACS realiza o cadastro. Migrante informa que outros familiares chegarão amanhã para morar com eles e já deseja realizar o
cadastro para eles. Realizada reunião de equipe e o ACS repassa dados do cadastro para eSF. A equipe chega ao consenso de atender as demandas que a família tiver e logo iniciar o pre natal
da adolescente. Incluir em grupos e já levar agendamentos para toda a família.
Grupo B apresenta mapa do próprio grupo, realizado troca no momento da apresentação. Então apresenta mapa de outro grupo. Foi explicado o mapa e as respostas às questões
colocando sobre descentralização e que território é dinâmico. Fala que a Rede especializada atende um território maior que o CS por ter área de vários CS. Apresentam desenhos sobre o repositório e tudo o que se tem de pensar na área utilizando do mapa inteligente. Fala também que as pessoas com condições financeiras maiores costumam ter demandas difíceis de serem resolvidas de imediato, comentaram também que todos os pontos que existem no território desde a drogaria Bezerra de Menezes até Corpo de Bombeiros, cada equipe trabalha com suas particularidades; tem equipe que o “Fale com a Equipe” é lotado e que a outra, é mais tranquila. Comenta que são equipes vizinhas em ruas de elevado e alto risco. Portanto, não há
como igualar o trabalho para 05 eSF, visto as características e particularidades diferentes da “micro ilha”, por isso não há como igualar o trabalho, nunca dará certo.

Grupo C. Comenta-se os profissionais tem responsabilidade de atender a população com qualidade coordenado o cuidado de quem está precisando do que no momento. Apresentam dificuldade de trabalho como casas fechadas, não serem
atendidos e os riscos de cada área em si; colocam que o guarda municipal que está na UBS agora é um ponto a favor; como fator de proteção. Keila solicita que seja apresentando todos os equipamentos que são pontos de atenção na área: descrevem a listagem de todos os equipamentos: UPA, CEO, Conselho Tutelar, CERSAM, CREAB... Teatro sobre vínculo, cadastro e população adscrita. O teatro inicia com a filha que leva mãe com surto psicótico e sua filha que foi mordida com cão para atendimento no CS. Paciente diz para profissional da recepção que tem muito problema e que não está aguentando, quando a funcionária pergunta se ela tem cadastro, usuária se exalta e diz que irá chamar o Datena. Funcionária diz que então vai
precisar só do documento e se dirige para o ACS cadastrar. Na visita do ACS, usuária diz que foi atendida na “pre decepção” e que pediram o número do “protozoário”; diz que não está bem e que precisa de ajuda com a mãe inquieta, a filha com ferida, com o cão latindo e com os vizinhos gritando. Ela diz para ACS que a filha é quem mordeu o cão e o cão está estranho no momento e pediram para observar o cão por 07 dias. ACS pede para ela ligar no 156 e pedir para virem ver seu cão e, que se perceber que a mãe não está bem, devem leva-la ao CERSAM.

Grupo D: Patrícia coloca que deve comentar sobre atenção secundária aos usuários e que a forma de acesso a eles é por encaminhamento e que a priorização é por questão de saúde e não por priorização convencional social; coloca sobre a
importância de conhecer a população para prestar assistência eficaz. Teatro foi a respeito da atenção primária, repositório, fator de risco de risco e proteção e atenção à saúde e cuidado.
Encenação inicia com avó que leva a neta que a filha deixou; a filha deixou a neta em sua casa e sumiu. Abandona a neta e volta para a roça. Usuária reclama que há 03 dias a ACS não passa em sua casa e deseja um novo cartão de vacina, pede para ACS ir em sua casa após 17h ou no sábado porque tem que “bater perna que ficar sem dinheiro e dentro de casa não dá”. Solicita consulta para pediculose da neta. É avaliado cartão de vacina e a neta possui duas vacinas em
atraso. É esclarecido que criança de 07 anos que tem Bolsa Família não pode ter atraso vacinal. Profissional da sala de vacina orienta passar na sala de curativo para ver a berne no couro cabeludo. Equipe de curativo solicita avaliação médica. A avó pede ao médico check up para tratar a magreza e o bicho na cabeça. Fala que já está dando banho de funcho; recebe prescrição dos medicamentos e solicitação de retorno para curativo.
Foi realizado fechamento dos conceitos resgatando no grupo A, cadastro, inclusão do tablet para trabalho no território é um avanço. Indicadores de gestantes, saúde bucal, HAS e DM. No
grupo B fala de território e rede especializada e o tanto de pontos de atenção em saúde que temos no território. Fala do mapa inteligente utilizando repositório e indicadores podendo ser vistos a qualquer momento; isso é um avanço. No grupo C cadastro informado na residência para uniformizar o cadastro; refere que as pessoas que ainda não estão morando na área não devem ser cadastradas, devem esperar elas chegarem. No grupo D apresentou como visão de Bolsa Família por ser família vulnerável e incluir o caso no Conselho Tutelar ou serviço social.

A segunda oficina foi realizada no mesmo formato e apresentação dos grupos seguiu da seguinte forma:
- Grupo A – Apresenta mapa ativo com ACS e ACE andando na área realizando vínculo, apresenta instituições e área de risco inundação (12/10/23) córrego em obras, vilas muita população de
animais em rua, questiona se Zoonoses os recolhe e zoonoses explica que recolhe para castração e os devolve para o mesmo local onde foram recolhidos. Fatores protetores: PM e guarda municipal e sobre a população informa que é muito idosa e tem terrenos que foram invadidos. O Padre doou um terreno também. Existe muito a população flutuante do mesmo modo que chega sem os acompanhamentos e cartões de pré-natal tem que começar do início e a população flutuante do mesmo modo que chega vai sem avisar.
O Grupo A apresenta teatro com os conceitos do “repositório”, “Atenção à Saúde” e “Cuidado”. A peça é uma reunião de equipe em que a enfermeira cobra do ACS sobre acompanhamento de gestante faltosa. ACE diz que a viu rindo no portão. ACS busca a gestante a contragosto da gestante que fica mal-humorada e no celular; dá má respostas bruscas.
Realiza teste rápido para IST’s e funcionário fura com força e resultado é sífilis positivo. A gestante não sabe sobre o ficante, mesmo sabendo que precisa ser tratado. Em consulta não dá atenção à medica, só pergunta se receberá bolsa família ou perderá. Ao ser informada que perderá, aceita receber a Penicilina. A enfermeira diz para voltar no próximo mês e diz para o ACS para busca-la. Gestante diz que não voltará.
- Grupo B – Rodrigo apresenta o próprio mapa, enfoca a necessidade de conhecer a população DM, HAS, gestante ... Conta a história do Centro de Saúde e coloca que eram 7 equipes e a UBS se dividiu em dois, originando o CS Santo Antônio com 3 eSF e Andradas que criou 5ª equipe.

Antes a população tinha mais plano de saúde e agora perderam o plano. A respeito dos riscos à saúde, há acumuladores, esgoto céu aberto, rotatividade de pessoas.
Aspectos protetores – conhecimento da ESF
- Teatro abordando os conceitos de “Fatores de risco e proteção”, “vulnerabilidades” e “mapa inteligente”.
O ato de o teatro foi acumulador (síndrome de Diógenes e síndrome de Noé) de gato, cachorro, madeira podre, embalagem plástica, porco morreu no terreno na segunda anterior e está cheio de bicho, dono da casa resistente à receber a equipe e intervenções propostas. Diz que os animais e que chegam galinha, rato e mais animais. Informado que a PBH trará um caminhão para recolher material. Morador diz que da última vez roubaram suas coisas. Filha também sai para recolher os inservíveis e garrafas. Morador recusa ir na UBS diz ter sido mal tratado e apresenta feridas nas pernas com moscas pousando, diz que não pode ir amanhã porque está muito em cima da hora. Oferecido consulta na quarta feira com a Cláudia e que
não quer consultar com ela; não gosta dela diz que não vai. Diz também que não quer que funcionário Rodrigo Zoonoses em sua casa e não quer mais ninguém perturbando e não vai deixar ninguém entrar. Não vai à consulta e diz que o cheiro ruim é da casa do vizinho. Keila comenta que este é caso verídico da UBS.
- Grupo C – Criação do SUS em 1988 e houve critério de delimitação de território. Lê as perguntas e respostas de forma generalista. Sobre a história do Centro de Saúde coloca que é a região mais antiga de Belo Horizonte e de trajeto para tropeiros com dificuldade de acesso a escolas e saúde. Hoje muito comercializada e com adensamento populacional.
-Sobre os conceitos, ele apresenta resumo dos temas “território”; “População nômade” e “Gestão de Base Territorial”. Território não é definitivo: onde tem uma casa pode se criar um condomínio.
Território nômades tanto por mudança na área, como pelo fluxo de pessoas, acarretando aumento de demanda de atendimento. Conhecer história de saúde e de vida da população é uma estratégia para resolver o alto crescimento para a elevação da demanda. O vínculo é feito pelo cadastramento e pelo ACS com visitas periódicas. E os demais profissionais de saúde também têm que fortalecer o vínculo (não quebrando o vínculo criado), mas oferecer com qualidade, trabalho para melhor adesão ao tratamento e acompanhamento fazendo gestão eficiente do tratamento com confiança, pactuando melhoras, prover orientação e apoio para acompanhar idosos.
Os riscos do território: vulnerabilidade social, acesso fácil a drogas e fatores ambientais.
- Grupo D: os usuários têm vínculo não só com a eSF, mas com todos os funcionários. Sem vínculo não há confiança no tratamento. Sem vínculo “tem que se buscar o morador no laço”.
Conta história de Maricélia que é moradora de rua e sempre perde a receita médica. Então a UBS retém a receita e vai liberando de 15/15 dias, o medicamento para ela.
Conceitos trabalhados: “vínculo”, “cadastro familiar” e “população adscrita.”
Os Fatores de risco: agressividade, roubo de carro e agressão contra funcionários.
Fator de proteção: ter uma base do Corpo de Bombeiro ao lado e chegada da guarda
municipal.
O profissional de saúde deve ter empatia e amar o que faz, por não tratar de máquinas.

O Teatro realizado foi em relação aos temas “Confiança”, “afetividade”, “relação terapêutica”
e “continuidade do tratamento”. No teatro, uma nova moradora na área pergunta como faz
para ter cadastro. É abraçada pela funcionária da recepção e orientada que faz parte da Equipe Turquesa e ACS Zenilda. Após 30 min, a ACS vai ao domicílio fazer o cadastro. O cadastro é realizado. Orientada sobre a dinâmica da equipe e entregue folder sobre dinâmica do funcionamento da equipe. Usuária diz que têm 20 gatos e 10 cães e que é difícil levar para vacinar. Orientada a solicitar Zoonoses e que eles vêm em casa para vaciná-los. Pergunta sobre odontologia e é orientada que existe atendimento todos os dias e que podem procurar o serviço. Sobre o avô acamado, orientada a discutir com eSF para visitas periódicas.
- Keila fecha as apresentações dizendo que gostou muito de todas elas; “que uma equipe completou a outra e que o SUS é "paternalista", mas deve ser assim; que o SUS faz aquilo que o Sistema privado não faz, ser responsável pela saúde inclusive de quem tem plano de saúde.”
Comenta também que o Centro de Saúde Andradas está dentro do distrito VN em BH. E que a área de abrangência do Andradas é rica em estabelecer de apoio à saúde; de pontos de
atenção rede para articulação (UPA, CREAB, CERSAM) está no território. E tem outros estabelecimentos como escolas, igrejas, policiamento. O território é dinâmico, muda todo
tempo, “os problemas de ontem, devem ser resolvidos ontem”. Dá exemplo do caso de um
acumulador que envolveu diversos postos de atenção, juiz, desembargador, PM, SLU e usuário DM/HAS dispensa tratamento. Mas devemos sempre investir e não deixar ele para lá; deve-se
debruçar no cuidado dele.
Finalizando a oficina, foi solicitado que cada participante descrevesse com uma palavra, a oficina de hoje. E as palavras foram: conhecimento, trabalho em grupo, dinâmico, história, aprendizado compartilhamento, trabalho em equipe, construção, trabalho em rede, satisfatório, cooperação cotidiano, construção, aprendizagem, troca de saberes, união, partilha, caminho, compartilhamento de saberes, trocas.