A Oficina 3.2, intitulada "Território, População e Vínculo", foi realizada com grande êxito nas datas de 07 a 09 de novembro de 2023, na Escola Municipal Professor Pedro Guerra. O evento contou com a participação ativa dos profissionais do Centro de Saúde Paraúna e do Centro de Especialidades Médicas de Venda Nova, consolidando uma colaboração interinstitucional que fortaleceu o diálogo e a troca de experiências entre os profissionais.
O roteiro da oficina, centrado no sentido do conceito ampliado de território e vínculo, buscou explorar as percepções dos profissionais sobre como são afetados pelas pessoas em seu próprio processo de desterritorialização e reterritorialização. Os objetivos incluíram a ampliação do conceito de território, a reflexão sobre os vínculos com a população, a abordagem de conceitos fundamentais como cuidado, atenção e assistência, a compreensão da gestão de base populacional e a avaliação dos dispositivos de articulação das ações no território.
A oficina teve início com Flávia, gerente do CEM-VN, contextualizando o Saúde em Rede no SUS BH como uma prioridade institucional. Ela falou sobre as discussões iniciais que envolveram diversos atores em diferentes níveis, buscando ampliar perspectivas. Explicou que as oficinas anteriores geraram sete eixos de intervenção: adequação e ampliação das práticas de cuidado, aproximação respeitosa entre serviços e população, cuidado e rede de ajuda entre trabalhadores/equipes, educação permanente e qualificação para o trabalho, adequação dos espaços coletivos e dispositivos de compartilhamento do cuidado e da gestão no nível local, adequação dos espaços coletivos e dispositivos de compartilhamento do cuidado e da gestão entre serviços, e observação para dar continuidade a esses movimentos.
Explicou, ainda, como esses eixos, como a adequação das práticas de cuidado e a aproximação entre serviços e população, guiaram a organização para as próximas etapas nas oficinas subsequentes (Oficinas 3 a 8). Todas as gerências do nível central estão ativamente envolvidas, acessando as informações das regionais.
Foi dito que esse processo representa um compromisso coletivo em fortalecer práticas de saúde, integrando esforços para aprimorar o atendimento à população. E feito o convite para darem continuidade à discussão e ampliar a compreensão do território, uma reflexão para ação, com vistas a impulsionar os próximos passos, estabelecendo o tom para as atividades seguintes.
A primeira atividade apresentou a performance artístico-cultural-educativa "Nascença, Vivença, Sabença, Passança" com Vando Eurípes, proporcionando uma abordagem diferenciada e sensível sobre o tema em questão. Buscou-se, dessa forma, trabalhar o território e o vínculo através da arte, que atua no campo das emoções, muitas vezes onde a palavra falta.
A segunda atividade trouxe a reflexão sobre objetos de afeto, incentivando os participantes a refletirem sobre sua relação com o trabalho e o território. Perguntas-chave sobre a permanência no SUS e na unidade, e a relação do vínculo/afeto com os conceitos de Assistência-Atenção-Cuidado, estimularam a expressão individual e a partilha de experiências.
A atividade 3, centrada em cartografia e avaliação, visou analisar dados que caracterizam o território do CS e do CEM, enfatizando a importância da análise quantitativa, mas ressaltando a necessidade de não reduzir as discussões a números.
Os quatro grupos foram divididos para analisar mapas específicos, respondendo a questões sobre cadastro, serviços acessados pela população, dispositivos disponíveis e propostas de aprimoramento. Cada grupo apresentou suas conclusões, fomentando discussões sobre a população vinculada e não vinculada, redes de serviços, e reflexões sobre dispositivos como Mapa Inteligente, BH Map, Planejamento do Percurso, IVS, Extrator/Indicador SISREDE, E-gestor, Estratificação de Risco, CADSUS-Web, E-visita, Visita Domiciliar do ACS, Repositório, SISREDE e SIGRAH. Em grupo, realizaram também a avaliação desses dispositivos e concluíram que são ferramentas potentes para o planejamento em saúde ,porém pouco utilizadas. Identificaram a necessidade de treinamento para a utilização destes na elaboração de um plano de cuidado para o território, potencializando a assistência em saúde.
A finalização da atividade proporcionou uma síntese do trabalho, destacando a análise do território, a importância do mapeamento e da cartografia, e incentivando propostas potentes para repensar o cuidado no território. A pergunta final buscou avaliar se esse movimento permitiu aos participantes sentir-se mais apropriados do território e mais próximos da (co)gestão do cuidado nesse espaço.
Além disso, como atividade de dispersão, foi solicitada a construção do mapa inteligente das equipes. Este último componente não apenas reforçou a aplicação prática dos conceitos discutidos, mas também enfatizou a importância da implementação de estratégias tangíveis para fortalecer a atuação das equipes no território.
Ao final, a Oficina 3.2 não apenas cumpriu seu propósito de aprofundar conceitos, mas também fortaleceu os laços entre os profissionais de saúde, consolidando o compromisso compartilhado com a promoção da saúde e a melhoria contínua dos cuidados prestados à população.
