Memorial Oficina 5 CEM/CAM-VN: Acesso e Regulação

Memorial Oficina 5 CEM/CAM-VN: Acesso e Regulação

por MARINA SANTOS ROCHA . -
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A Oficina 5 do Projeto Saúde em Rede, realizada nos dias 24 e 25 de abril de 2024 no CEM/CAM-VN, teve como foco central ampliar as discussões sobre os diversos tipos de demandas e suas relações com o território, além de traçar estratégias de acesso à população que não chega até os serviços. Foi um momento importante, onde optou-se por realizar a Oficina 5 separadamente dos trabalhadores do Centro de Saúde Paraúna, o que proporcionou a participação de profissionais que até então não conseguiram estar presentes. Ressalta-se também a presença do gerente GERAM assim como 3 referências técnicas da GERAE e as médicas reguladoras da GAERE-VN, o que contribui bastante para uma discussão em rede. Além de representantes do CS Paraúna que estão envolvidos diretamente com os fluxos de encaminhamento para atenção secundária.

Primeiramente, reconhecemos a necessidade dos profissionais do CEM (Centro de Especialidades Médicas) terem mais espaço de fala e participação ativa em um ambiente exclusivamente dedicado às suas demandas e desafios específicos, garantindo que suas vozes fossem ouvidas de maneira mais significativa e pudessem analisar o processo de trabalho com propostas potentes para uma construção coletiva, tendo como premissa o protagonismo dentro das diretrizes vigentes.

Além disso, a forma de acesso da população a esse serviço é através de sistema informatizado que prioriza a regulação assistencial e consideramos crucial dedicar tempo e atenção exclusivamente a essa discussão, permitindo uma análise aprofundada das práticas atuais de regulação e a identificação de possíveis áreas de melhoria.

Outro aspecto importante foi o contexto recente pelo qual o serviço passou: o retorno ao prédio após ceder o espaço para a implantação do Centro de Atendimento às Arboviroses e Unidade de Reposição Volêmica por quase três meses. Este período de transição e adaptação provavelmente gerou uma série de sentimentos e percepções entre os profissionais do CEM, os quais mereciam ser expressos e discutidos de forma adequada. Ao separarmos a oficina, proporcionamos um ambiente propício para que esses sentimentos fossem compartilhados e processados coletivamente, fortalecendo o vínculo entre a equipe e possibilitando uma reflexão mais profunda sobre o impacto dessa mudança no ambiente de trabalho.

A oficina foi, então, iniciada com um resgate da oficina anterior e, logo em seguida, as gerentes Flávia e Camila puxaram a reflexão acima com os trabalhadores, registrando, em uma palavra, o sentimento de cada um e distribuindo um chocolate como forma de agradecimento pela colaboração de todos no período. Dentre os sentimentos destacamos: angústia, medo, preocupação, desrespeito, acolhimento, alívio, união, esperança e gratidão. Foi feita a leitura dos objetivos e da programação  da oficina.

Em seguida, foi realizada uma reflexão em pequenos grupos sobre o fluxo de atendimento do usuário desde a APS até a chegada na rede especializada e seus desdobramentos na rede SUS-BH  , incentivando os participantes a identificarem pontos críticos e desafios vivenciados nesse processo. Foram identificados desafios como o SIGRAH, desregionalização, cadastro irregular, tempo de espera para consultas, exames, retorno, pacientes sem pedido médico, demanda reprimida para o cuidado com os crônicos, revisão protocolo otorrino pediátrico.

A atividade seguinte consistiu em uma cruzadinha realizada pelos grupos, seguida por uma correção conjunta para garantir o alinhamento dos conceitos importantes para a temática em questão, como Gestão do Cuidado no Território, Gestão de Caso, Acolhimento, Acesso, Agenda, Regulação, Médio Risco, Estratificação de Risco, Continuidade do Cuidado, dentre outros. 

Ainda em grupo, foram elaboradas propostas de melhoria dentro da governabilidade da equipe, estimulando os participantes a elencar prioridades e pensar em soluções concretas. Foi feita a apresentação das propostas em plenária, com pactuação no coletivo, a serem incluídas no Plano de Ação da unidade. Destacam-se: 

  • Matriciamento/Educação continuada dos especialistas junto aos médicos da APS

  • Fortalecimento da Comissão de Regulação Distrital

  • Canal acessível e ágil junto à MV em relação aos problemas do SIGRAH, visando resolutividade mais rápida das inconsistências do sistema

  • Melhoria da comunicação junto à GERAM: CS refere demora nas respostas referentes às inconsistências do SIGRAH. 

  • Regulação: ao agendar consultas ou exames via regulação, o regulador se atentar para horário  do agendamento e o horário de funcionamento da UBS , pensando em tempo hábil para aviso da marcação ao paciente. 

  • Retorno da regionalização das marcações

A última atividade foi a apresentação das Linhas do Cuidado, realizada pela gerente Flávia, que suscitou debates acerca da implementação dessas diretrizes e seu impacto na prática diária. Ela ressaltou a necessidade de separar as propostas por eixos e retomar a discussão no colegiado gestor e nas reuniões locais para implementação dessas como produto dessa construção coletiva.

Por fim, foi realizada a avaliação final da oficina, garantindo que os propósitos centrais foram alcançados e reforçando o compromisso contínuo do Projeto Saúde em Rede em promover o cuidado integral e a participação ativa dos profissionais. Estando estes envolvidos na construção de soluções para os desafios enfrentados no dia a dia do trabalho em saúde na perspectiva de continuidade do cuidado, tendo a atenção primária como parceira nos movimentos necessários para um atendimento compartilhado na construção de um plano terapêutico singular.



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